quinta-feira, 12 de julho de 2012

Quando num mar de sonho incerto







  Quando me vi perdido naquele mundo de nada, eu pensei em fazer perguntas complicadas como: "por que estou aqui?" ou "como saio daqui?". Naquela imensidão de água eu sentia sede. No instante em que me via sendo resgatado por aqueles que eu temia, me sentia fraco, fraco como a força de um tufão que demole edificios mas não desfaz o chão. Só sentia frio quando era dia, a noite eu me aquecia em solidão. Aquele povo calmo que se guiava por uma grande estrela, estrela que mesmo de manhã ainda brilhava. Aquele povo sereno que se alimentava de felicidade, felicidade que à noite ainda existia. Eu por muitas vezes tentei fugir, por muitas vezes me vi sufocado por um  mar de saudades de casa.

  Quando fui alimentado pela primeira vez, a dor de me lembrar do que já havia tido ou visto, era demolidora. No primeiro gole de um suco amarelo como o chapéu de uma menina, eu me senti triste, por ter tragado das mais diversas substâncias de fuga, nenhuma delas me ajudaria naquele momento.

   Quando voltei à superfície, vendo a civilidade de um ventilador de teto, a única coisa que eu queria era mergulhar mais uma vez naquele mar, mar de sonho incerto.

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